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Uma nova categoria de post.


O “Post Bêbado”

É a segunda vez que eu posto bêbado nessa porra!

Dessa vez, ao invés de um coração atribulado, eu tenho um coração cheio de amor.

Esse coração tem todas as qualidades e características, específicas, que só quem é detentor desse meu amor pode usufruir. Sem reservas.

Eu assisti a um jogo do Flamengo contra Universidad del Chile, agora a pouco, com meu padrasto.

Nem é meu time, o Universidad, mas jogou bonito demais.

Talvez o Vasco ganhasse.

Eu sou Santista.

Mas isso tudo é só pra dar a atmosfera na qual estou contido agora.

Na sequência, eu assisti ao “Anthony Bourdain, Sem Reservas”. Sozinho, dessa vez.

Que cara formidável.

Que pena que é apenas mais um norte americano.

Eu gostaria de ver ver um  “Ganesh Mohammed, Sem Reservas”.

Um indiano provando comidas do mundo inteiro, com suas reflexões pessoais acerca das novas culturas que descobre, a partir do seu referencial cultural.

Podia ser até um “Anderson Silva, Sem Reservas”.

Mas esse aí já vem desbaratando o cenário internacional (e nacional) desde 1997. Não tem motivo pra botar o cara tirando onda na culinária.

Ia ser exagero.

Eu quero ver o povo do meu país produzindo, com qualidade.

Nem que seja um reality show, que eu acho um pé no saco.

Pode ser um programa de entrevistas temático, no estilo “Coisas Pelas Quais Vale a Pena Viver”, só que com uma edição de audio melhor. O Canal Brasil caga muito nesse aspecto.

Pode ser também em quantidade. De produção em histórias em quadrinhos, por exemplo. Qualidade a gente já tem, e muita. Só falta quantidade.

Quero ver o povo do meu país (pra quem não entendeu ainda, o Brasil) produzindo o suficiente, para que críticos brasileiros possam se sustententar de criticar produções brasileiras.

O Brasil ocupa o quinquagésimo terceiro lugar, no ranking anual de competitividade do Fórum Econômico Mundial. Está à frente da India e da Rússia, como um dos países mais competitivos, economicamente, no mundo.

Eu não quero esperar que um Daniel Boyle  venha ao meu país, pegue um grupo de desgraçados, faça um filme para Hollywood (Quem Quer Ser Um Milionário?), ganhe milhões, e deixe o grupo, e o resto meu país, na desgraça.

O Brasil tem capacidade de produzir com qualidade, tem dinheiro pra isso (vide o PIB brasileiro, em oitavo lugar no mundo), e muita gente com vontade e potencial para consuma-lo. Se a gente começasse diminuindo os gastos com os parlamentares, já seria um bom começo….

Até lá, vamos pra frente, produzindo com vontade!

Porque a Europa e a America do Norte têm nos cobiçado, como os portugueses fizeram quando nos criaram. E, qual aos portugueses, só nos deixarão com as migalhas.

O desenho acima, foi uma pala de haxixe.

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Mnemósine*

Te vi, em retrato, e tinha uma luz estranha, ainda que estivesse sorrindo. Me lembrei de quando éramos crianças e que, numa manhã de qualquer dia, já desbotada na memória, no quintal da bisa, tu me queimaste. Sofri a consequência do meu desconhecimento acerca da propriedade de “dupla queima”, de um palito de fósforo. Ainda guardo na pele a sabedoria, em forma de cicatriz. Tu me marcaste e instalou-se em mim, no corpo e na mente. Acho que foi a inauguradora do meu primeiro beijo também. Tu foste uma criança radiante.

Me corrói a idéia de tuas oportunidades e teus desejos terem sido reduzidos à vida doméstica. Quem sabe não foram ampliados? É que não a vejo há tempos, e tua fotografia tem uma luz sobrenatural, nostálgica e opaca, que me dá vontade de chorar. Queria ver-te, novamente, ensinando a mágica da dupla queima de fósforos, fazendo chover com uma mangueira, subindo em árvores e muros, e brincando de casinha – começando pelo casamento, seguido da lua de mel. Tua voz era estridente, mas ainda que assim o fosse, era agradável e presente. Tu me cuidavas, como a um irmãozinho, e me contou estórias antes de dormir. Tu me ensinaste, assobiando, que menina que assobia “chama a cobra”. Nunca tinha visto uma. Depois, quando eu fui a um “museu” – que estava mais para um escritório velho – de bichos exóticos e bebês deformados, vi uma cobra de uns quatro metros, empalhada, e fiquei preocupado contigo. Tu tinhas uma estrela amarela, com um rostinho de “smile face”, que piscava a noite inteira. Tua casa tinha uma atmosfera de magia e silêncio, e é como se eu me deslocasse para lá, toda vez que um lampejo de recordação me abate. E ouço-te, como se agora acontecesse, me contar a respeito de cartas que caiam do céu, remetentes de um falecido parente.

E me lembro da bisa. Síntese de tudo o que é delicado e augusto, menos densa que o ar, não pertencia ao tempo e movia-se discretamente. O silêncio e a força de tua benção ainda superam os das catedrais que visito, ocasionalmente. Toda vez que eu olhar para o dorso de minha mão esquerda, tudo isso vai voltar.

Tu eras uma criança radiante que morava em uma casa mágica. É natural que tenhas encantado-me com o eterno retorno à nossa infância, tatuada na pequena cicatriz de uma chama que queimou duas vezes. Sê feliz, como e onde tu estiveres, que eu sorrio toda vez que me lembro de ti.

* Mnemósine é a deusa grega da memória.

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Violência Gratuita 2

O restante da minha parcela do Violência Gratuita 2.

Pergunta: Alguém ainda tem uma edição do Violência Gratuita, 1 ou 2?

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Violência Gratuita 2

Bons tempos de zine xerocado. Co-produção com o genial André Valente.

Nesta página apenas os de minha autoria, sem tratamento digital.

 

 

 

 

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